(18-05-09) - Com o anúncio da aliança entre Fiat e Chrysler, há toda uma série de questões que despertam a atenção. Como, por exemplo, a Chrysler vai sair da concordata sem investimentos, que a Fiat não tem dinheiro para fazer? A resposta mais óbvia é a criação de novos produtos, modelos de volume grande que a Chrysler ainda não tem e poderá desenvolver com a ajuda da Fiat. Um deles seria o novo Dodge Neon, um carro que, segundo a revista Autocar, a mais antiga do mundo, será incorporado por um velho conhecido dos brasileiros: o Fiat Linea.
Foi com base nessa informação que o designer Theophilus Chin criou o modelo que ilustra estas páginas. A base do Linea é bastante evidente sob o emblema e a grade da Dodge. Considerando o gosto dos norte-americanos por motores com bom torque em baixa, é possível que o “Linea-Neon” use o motor 1,9-litro com outro acerto. O 1,4-litro T-JET teria de ser mais como o 1.4 TSI que equipará o novo VW Gol, ou seja, ter um compressor mecânico para baixas rotações e o turbo para as rotações mais altas. O turbo lag do motor atual certamente condenaria o “Linea-Neon” a uma rejeição nos EUA que a Chrysler não poderia suportar.
A venda deste veículo no Brasil até que poderia acontecer, mas não seria a atitude mais inteligente a não ser que ele fosse muito diferente do Linea. Meras mudanças de emblema (chamadas de badge engineering) não são bem sucedidas em lugar nenhum do mundo, como mostra a VW Routan. Lançada nos EUA, a minivan Chrysler com emblema alemão vendeu tão pouco que já saiu de linha. Nos EUA, o “Linea-Neon” talvez fizesse sucesso por não haver nenhum Linea naquele mercado. Isso, é lógico, se o carro chegar a um preço competitivo.
No Brasil, o Linea seria um substituto espetacular para o Fiat Siena, mas a marca italiana preferiu apostar que ele ocuparia o lugar do Marea como sedã médio. O problema talvez tenha sido esse: o Linea realmente ocupou o lugar do Marea, inclusive com vendas parecidas.
O maior desafio da marca italiana nos EUA será entregar seus produtos sob a marca Chrysler o mais rápido possível. Fala-se em um prazo de 18 meses, o que deve ser até menor, considerando que a Fiat fez um carro novo inteiro, o Fiat Bravo, exatamente neste prazo. |
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