Muitos internautas enviaram perguntas referentes ao uso correto do motor e aos sinais de desgaste que o mesmo começa a apresentar. O cuidado com o combustível que vai colocar no carro é fundamental para garantir vida longa ao propulsor. Confira as respostas a algumas perguntas enviadas:
Usar álcool em carro movido a gasolina é perigoso? E converter o motor do carro a gasolina para flex pode causar problemas? Quais peças devem ser trocadas?
- Arildo Figueiredo
Esse é um recurso simples, mas também muito arriscado. Alguns motoristas simplesmente passam a abastecer o carro movido a gasolina com álcool. Outros chegam a criar fórmulas usando proporções para cada combustível e uma parcela substitui ou reprograma o chip que controla os parâmetros de injeção de combustível e a ignição do motor. Uma quarta opção é fazer a conversão respeitando a mecânica do carro, mas saiba que a quantidade de peças a serem substituídas não vai compensar o esforço. Antes de tudo, saiba porque essas não são uma boa alternativa.
Mudar de combustível sem mais nem menos pode acarretar muitos danos, sendo o principal deles a corrosão de várias peças, como por exemplo a bomba de combustível. Ao utilizar uma peça projetada para gasolina ela vai sofrer um forte ataque químico do álcool e sua vida útil passará a ser de poucos meses, isso sem contar a falha, que será de um momento para outro e vai deixar o motorista na mão.
Criar fórmulas e proporções cai na mesma situação. Antes, vale ressaltar que a gasolina vendida no mercado tem na sua composição uma parcela de álcool, mas é o álcool anidro, que não contém água. Já o álcool combustível é do tipo hidratado, ou seja, conta com água na sua composição. Isso faz uma grande diferença para os componentes do motor.
Por fim, ao instalar ou reprogramar o chip, o motorista muda apenas o gerenciamento eletrônico do motor, mas a mecânica permanece do mesmo jeito. Para ilustrar, uma importante referência que altera conforme o tipo de combustível é a taxa de compressão. Em um modelo de motor a gasolina ela é de 9:1, isso quer dizer nove vezes o volume original do cilindro. Um motor idêntico, porém movido a álcool tem essa taxa elevada para 12:1. Fica impossível exigir do carro o mesmo desempenho.
É importante ressaltar que o desempenho inferior pode colocar toda a economia pretendia pelo ralo, de modo que além de causar danos ao motor essa receita caseira não vai render frutos. Existe uma dúvida por causa dos motores do tipo flex, mas esses carros foram planejados e assim contam com uma taxa de compressão intermediária, ao redor de 11:1 para compensar o desempenho independente do combustível utilizado.
Também vale ressaltar que essas conversões caseiras não levam em consideração a emissão de poluentes e um veículo com essa adaptação pode não passar em uma vistoria.
Tenho um Gol G4 2009 flex e só uso gasolina nele. Percebi que sai água da descarga quando tiro ou guardo o carro na garagem. Isso é normal?
- Roberto
Normal não deveria ser, mas vez ou outra pode acontecer com motores a álcool que contam com água na sua composição. Se essa água persistir por muito tempo é um indicador de que você está utilizando combustível de qualidade duvidosa, isso vale tanto para álcool quanto para gasolina. Se o carro conta apenas com gasolina e despeja um liquido transparente pelo escapamento é um sinal de que o combustível tem água, ou seja, está irregular. Desse modo é melhor procurar outro posto para abastecer.
Quando chego em casa com o carro, olho no termômetro e a temperatura do motor está no nível mais baixo. Mas ao fazer a manobra para entrar na garagem, o ponteiro sobe para quase a metade. Isso é normal ou meu carro tem algum problema?
- Oliveira
O seu relato pode até indicar uma situação normal. Porém, ela só será considerada adequada se o carro rodou muito pouco, ou seja, você funcionou o motor, deu uma volta rápida e retornou para a garagem. Nessa condição está dentro da normalidade. Caso contrário, se o motor estiver funcionando a certo tempo, aí já indica situação irregular.
Primeiro, porque todo motor deve trabalhar na parte intermediária do marcador de temperatura, considerada faixa ideal de trabalho. Nem acima, nem muito abaixo. Nesse caso pode ser duas possibilidades. A primeira é que o marcador está com defeito, que pode ser um simples sensor. A segunda é que o carro teve a válvula termostática retirada. Sem essa válvula a água do motor circula o tempo, evitando que o motor atinja a temperatura adequada de funcionamento - uma prática antiga para evitar aquecimentos, mas totalmente equivocada. Quanto a subir a temperatura ao parar o carro, ela é normal até certo ponto, quando então é acionada a ventoinha, a hélice do motor, para refrigerar a água do motor e baixar a temperatura.
É normal o carro dar um estalo após eu desligar o motor?
- João Virgilio
Qualquer barulho estranho deve ser analisado, principalmente se o condutor passa a perceber de um momento para outro. Na dúvida o mais correto é levar o carro a uma oficina especializada. Contudo, alguns carros contam com diversos sensores e que fazem barulhos ao funcionar e ao desligar. Um exemplo é a bomba de combustível elétrica. Mas é bom todo motorista ficar atento mesmo. Se o carro for novo, leve a concessionária é peça explicações.
Tenho um Celta ano 2002 com 160 mil km rodados. Quero saber quando será necessário trocar a Bomba de óleo, gasolina e de água? Existe alguma caracteristica evidente que o carro apresenta para avisar o condutor que está na hora da substituição? A vida util dessas peças diminui após a troca?
- Hudson Silva
A troca dessas peças vai depender muito da manutenção preventiva do carro. A bomba de óleo, por exemplo, seu funcionamento está associado a troca regular do lubrificante e do seu respectivo filtro. Mantendo o padrão correto a durabilidade da bomba é longa. A característica que indica problemas na bomba de óleo é a lubrificação deficiente, indicada no próprio óleo usado.
A bomba de combustível é o mesmo caso, porém ela sofre com a utilização de combustível adulterado. Essa peça, no entanto, não manda recado, pára sem avisar com antecedência. Já a bomba d`água exige apenas que se faça revisões periódicas no sistema de arrefecimento, como por exemplo a substituição da água a cada 30 mil quilômetros ou uma vez ao ano, sem esquecer de adicionar o aditivo.
Além disso é importante observar constantemente a cor do líquido e se ocorre vazamentos. Também é fundamental verificar o funcionamento da válvula termostática. Vale ressaltar quantas vezes for necessário, que o manual do proprietário indica toda a manutenção preventiva a ser feita, bem como os prazos.
Sou proprietário de um Ford Fiesta e o manual do fabricante manda substituir a correia dentada a partir de 120 mil km. Afinal sigo a orientação ou troco com atingir 40 mil km conforme diz a reportagem.
- Jorge Cunha
Em primeiro lugar é importante saber qual é o motor do seu carro. No Fiesta com motor Zetec, por exemplo, não existe correia dentada. No seu lugar o motor conta com corrente e essa peça, de acordo com o manual do fabricante, deve ser trocada com 120 mil quilômetros. Entretanto, alguns carros contam com correia dentada e o fabricante aponta a troca com alta quilometragem, algo em torno de 100 mil quilômetros. Contudo, nas revisões de 40, 60 e 80 mil quilômetros, ela deverá ser inspecionada. Mas como regra geral, a reportagem cita que todo carro deve ter a correia dentada inspecionada ao atingir 40 mil quilômetros. Já a troca vai depender da condição da peça e para quem é prudente, passar dos 60 mil é exigir demais dessa peça de borracha.
Afinal, o que é melhor quando paramos em uma ladeira? Segurar na embreagem, ficar só no freio, usar o freio de mão ou ficar com o pé no freio e na embreagem com o carro engatado?
- João
Nessa circunstância evite utilizar a embreagem para manter o carro parado. Essa prática só vai desgastar o sistema. O ideal é segurar apenas no pedal do freio e no momento de arrancar você pode utilizar o freio de mão enquanto solta o pedal do freio para engatar a primeira marcha e sair com o carro.
[Fonte:G1.com.br]