Parece, mas não é. Chineses copiam carros em constrangimento
Redação
Plágio, pirataria, clones, enfim, o nome tanto faz. O que importa é que a máxima do “nada se cria, tudo se copia” parece ganhar novas proporções com a expansão do mercado chinês.
No corre-corre desenfreado da economia chinesa atual, os grandes fabricantes do setor automotivo, buscando lucros maiores a fim de entrar no mais promissor mercado mundial, tiveram de se encaixar dentro das regras do Estado comunista. Para isso, montadoras americanas, japonesas e européias fizeram associações com empresas locais, as famosas joint-ventures, dividindo conhecimento em troca de uma fatia desse bolo.
Em um primeiro momento, pode-se pensar que a troca não é favorável às montadoras consolidadas. Mas, para ter uma idéia, só no ano passado foram vendidos na China 4,2 milhões de carros de passeio, tornando-se o segundo maior mercado do planeta, ficando só atrás do todo-poderoso mercado norte-americano. E, segundo analistas, a expectativa é que esse mercado cresça ainda mais, podendo chegar a 7,5 milhões em 2011. Motivos de sobra para que essa troca de conhecimento e até mesmo os resultados negativos dessa barganha, como os clones, possam ser considerados um verdadeiro “negócio da China” para qualquer fabricante mundial.
As versões genéricas produzidas na China podem ser divididas em duas categorias: as cópias legalizadas e as cópias sem licença. As legalizadas, ou licenciadas, utilizam-se das vantagens que uma joint-venture pode trazer, fazendo seus clones sem maiores problemas. Já as empresas que fazem as cópias ilegais também não estão sofrendo retaliação, pelo menos por enquanto, por parte de fabricantes como Mercedes-benz e a Chevrolet. Isso acontece porque, apesar do prejuízo dessas grandes montadoras, elas preferem não criar um desconforto no mercado mais promissor do mundo.
Se por um lado as versões genéricas conseguem ser bem mais baratas, chegando a custar 50% do valor do modelo original, por outro, atualmente não levam nem de longe a qualidade empregada pelos fabricantes oficiais de cada carro. Tanto é que, recentemente, o Brillance BS6, um sedã de luxo, da fábrica chinesa associada com a BMW, foi reprovado no crash-test realizado pelo instituto alemão ADAC, utilizando as normas da EuroNCAP. No entanto, isso, com o passar do tempo, deverá ser melhorado dando credibilidade ao produto chinês, como aconteceu com o mercado coreano décadas atrás.
Independentemente de todo esse enredo, o fato é que os genéricos já são uma realidade e deverão ultrapassar as fronteiras chinesas com o mote do baixo custo. Aqui, o primeiro a chegar será o Chery QQ, clone do GM Spark – ou Daewoo Matiz – que deverá vir em 2008, mas é provável que outros apareçam. Reunimos alguns piratas, genéricos autorizados e até verdadeiros “Frankenstein” para que você possa conhecer um pouco mais sobre esse novo fenômeno.
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[Fonte:CarroOnline.com.br]